Os rivais brincam que o ano do centenário do Corinthians foi o ano do “Semternada”. O que para nós corinthianos é insuportável ouvir. Apesar, da temporada em que completou 100 anos de sua fundação, o Timão não ter conquistado nenhum campeonato no futebol. Os títulos ficaram por conta do judô, do futsal, da natação... Mas para o presidente Andrés Sanches o ano do centenário alvinegro começou no último dia 1º de setembro. Isso deve consolá-lo. Por outro lado o Corinthians ganhou de presente a inauguração do tão sonhado Centro de Treinamentos, no Parque Ecológico do Tietê, e o anúncio da construção de um estádio próprio em Itaquera. O local, aliás, deixou o Morumbi, do rival São Paulo, para trás e será anunciado em breve como sede da abertura da Copa do Mundo de 2014.
Independentemente de qualquer coisa, o ano do Corinthians foi rumoroso. Teve técnico indo para Seleção Brasileira, pressão da torcida, nova troca de comando... em fim um ano cheio de altos e baixos.
Primeiro o Campeonato Paulista de 2010 serviu de preparação do Corinthians para a Taça Libertadores da América. Mas a equipe não esperava ir mal a ponto de não conseguir sequer uma vaga entre os quatro primeiros, aqueles que vão para a semifinal.
Como ainda estava firme e forte na Libertadores, o tropeço no Estadual nem foi sentido. Até porque o principal objetivo era a conquista do torneio sul-americano. E nele, o Corinthians terminou a fase de classificação com a melhor campanha entre os 32 participantes da fase de grupos. Assim, encararia o time com pior campanha entre os classificados, levando também a vantagem de decidir todos os jogos em casa, no caso de ir até a final.
Só que a equipe que apareceu no caminho do Corinthians foi o Flamengo, liderado por Adriano e Vagner Love. No primeiro jogo, no Maracanã, um gol de pênalti do Imperador decretou a vitória carioca por 1 a 0. Na partida de volta, no Pacaembu, o Timão chegou a fazer 2 a 0 e ficar perto da classificação, mas um gol de Vagner Love eliminou o Alvinegro.
Diferentemente de outros anos, a Fiel aplaudiu o elenco pela raça e não criou confusão, como já havia feito em outras eliminações. Mas nos dias posteriores pediu a cabeça do técnico Mano Menezes. E surpreendendo a todos, a diretoria alvinegro anunciou prontamente que havia renovado o contrato do treinador por mais uma temporada.
Os momentos difíceis do Corinthians só estavam começando. Terminada a Copa do Mundo da África do Sul, a pergunta que todos faziam era: quem será o próximo técnico da Seleção Brasileira. E um dos nomes mais cotados nas especulações era o do corintiano Mano Menezes. Mas na hora de anunciar, a CBF deu prioridade a Muricy Ramalho, do Fluminense. Chegou até mesmo a se reunir publicamente como ele.
Mas Muricy não aceitou. Preferiu ficar nas Laranjeiras. No mesmo dia em que o técnico foi convidado e deu a negativa, Mano Menezes foi automaticamente acionado. E aceitou. No dia 24 de julho, na vitória sobre o Guarani, no Pacaembu, o treinador se despediu em uma linda festa. Ovacionado pela torcida, ele foi jogado para cima pelos jogadores e viu o presidente Andrés Sanches chorar ao anunciar que o tinha perdido para Seleção Brasileira.
Para o seu lugar, o Corinthians contratou Adilson Batista, credenciado pelo bom trabalho que havia feito no Cruzeiro. Mas a passagem dele pelo Parque São Jorge seria rápida.
Adilson herdou o Timão de Mano na liderança do Campeonato Brasileiro. Conseguiu até manter o time na ponta por algumas rodadas, apresentando um futebol bastante ofensivo. Porém, mais adiante, sofreu com seguidas lesões dos seus principais jogadores, com a resistência de outros deles e também com a insatisfação de membros da diretoria.
Resultado? A queda. Depois de seis jogos sem vencer e uma derrota por 4 a 3 para o Atlético-GO, em casa, Adilson Batista não resistiu. Foi demitido e viu de fora a torcida pressionar, e muito, os jogadores. Teve invasão de CT, faixas de protesto e pedido de demissão de alguns jogadores, como Souza e Moacir.
No meio dessa turbulência, o auxiliar Fábio Carille assumiu como interino. Ficou dois jogos (uma derrota e um empate), antes de o Timão contratar Tite. O gaúcho, que já havia passado pelo Corinthians em 2004 e 2005, até que fez um bom trabalho e terminou invicto os oito jogos que comandou. Mas os dois empates, com Flamengo e Vitória, aliados aos pontos perdidos em uma sequência de sete jogos sem triunfo, foram fatais.
Para 2011, também ano do centenário, na visão de Andrés Sanches, a meta do Corinthians é a mesma de 2010: conquistar pela primeira vez a Libertadores. É verdade que terá também o Estadual e o Brasileirão, mas a competição sul-americana é a menina dos olhos alvinegros. Para ir à fase de grupos, no entanto, é necessário vencer o Tolima.
VAMOS MEU TIMÃO